"Sabe-se que desde o século III a.C. eram utilizados na Índia símbolos gráficos para identificar os números. Isso porque foram encontradas inscrições em pedra desse período, já que os manuscritos eram feitos em folhas de palmeira e acabavam sendo destruídos pelo mofo ou pela umidade. Nessas inscrições ficava claro que adotavam nove símbolos independentes (de 1 a 9). Assim, por exemplo, o número 2 não era representado por duas barras (1 + 1) e nem o 3 por três barras (1 + 1 + 1), ou seja, nada que lembrasse o número1.
O desenho destes símbolos é a base sobre a qual surgirão nossos algarismos que por muito tempo foram chamados de arábicos de forma errônea. Cada um dos nove primeiros inteiros tinha um nome:
eka dvi tri catur pañca sat sapta asta nava
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Também foi dado um nome para cada potência de 10:
10 dasa
100 sata
1 000 sahasra
10 000 ayuta
100 000 laksa
1 000 000 prayuta
10 000 000 koti
... ...
A leitura de um número era feita sempre da direita para a esquerda. Assim, por exemplo, o número 15.327.254 (quinze milhões, trezentos e vinte e sete mil e duzentos e cinquenta e quatro) era lido da seguinte maneira:
4, 5 dasa, 2 sata, 7 sahasra, 2 ayuta, 3 laksa, 5 prayuta, 1 koti.
Por volta do século V de nossa era, conforme inscrições em pedras, pode-se concluir que os hindus haviam simplificado essa forma de apresentar os números, deixando simplesmente de lado os nomes indicadores da base e das diversas potências de 10. Com isso haviam descoberto a numeração de posição. Assim, o número 75 era expresso simplesmente por "cinco, sete". O 5, na posição da unidade correspondia ao 5 mesmo, e o 7, na posição da dezena, representava 70. Não havia mais necessidade de acrescentar a palavra dasa para indicar. dezena!"
Fonte: A HISTÓRIA DOS NÚMEROS. Autor: HÉLIO GORDON
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