A mágica da simetria

Em um baralho, há cartas que têm simetria ‘para cima/para baixo’, como o dois de copas, e outras que não têm, como o ás de copas, pois, quando ele é invertido, o ‘coração’ fica de cabeça para baixo


Uma das propriedades mais interessantes da natureza é a simetria das coisas. Um rosto tem simetria bilateral; a estrela do mar, simetria pentagonal; uma colmeia, hexagonal. Mesmo no mundo microscópico, a simetria se faz presente, como na descrição dos quarks (partículas subatômicas que formam prótons e nêutrons).

Matematicamente, podemos dizer que uma transformação de simetria em certo objeto é uma operação que não altera aquele objeto. Por exemplo, se girarmos um quadrado em 90º ao redor de seu centro, a figura resultante será exatamente igual à inicial. Dizemos que a rotação de 90º é uma das simetrias do quadrado – se você fizer o mesmo com um triângulo, notará que é possível dizer que a figura mudou de posição.

Uma transformação de simetria em certo objeto é uma operação que não altera aquele objeto

O estudo das simetrias – de objetos simples, como um quadrado, bem como dos complexos e abstratos – é frutífero não só na matemática e na física, mas também – e surpreendentemente – na mágica. Vejamos um exemplo.

Você precisará de um baralho de 52 cartas. Note que algumas têm simetria ‘para cima/para baixo’, o que permite que sejam viradas em 180º sem que percebamos a rotação. Exemplos: 2, 4, 10, J, Q, K de copas. Mas note que o ás de copas não tem esse tipo de simetria, pois, quando invertido, o ‘coração’ fica de cabeça para baixo.

Agora, ao truque. Há 22 cartas sem essa simetria. Prepare essas cartas ‘apontando para cima’ – o ás aí de cima está assim. Embaralhe-as, mantendo essa orientação.

Peça à ‘vítima’ para pegar uma carta e memorizá-la. Agora, discretamente, inverta a orientação do baralho (faça uma rotação de 180º no maço que está em suas mãos). Próximo passo: a vítima reinsere a carta no baralho (importante: dê um jeito de a carta ser reinserida ‘de cabeça para baixo’).

Para maior efeito, embaralhe as cartas com as mãos para trás – com um pouquinho de prática fica fácil.

Finalmente, olhando as cartas, uma a uma, com olhar concentrado e misterioso, com algo de dúvida, ache a carta que está de cabeça para baixo. Ela se destacará por ser a única invertida.

O efeito na plateia é sempre excepcional.

Assim, da próxima vez que alguém disser que não gosta de matemática, pergunte a ela se gosta de... mágica. A mágica da simetria certamente a convencerá de que a matemática é encantadora.



*Instituto de Física - Universidade Federal Fluminense

Texto originalmente publicado na CH 283 (julho/2011)

Esta notícia foi publicada em 08/08/2011 no sítio Ciência Hoje. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.

DESCUBRA COM A MATEMÁTICA QUAL O SEU FILME FAVORITO


Teste Matemático:
QUAL SEU FILME FAVORITO?

Veja como é incrível, responda as questões do quiz abaixo e tenha como resultado seu filme favorito. Isso realmente funciona! O cálculo matemático consegue prever qual dos 18 filmes da lista é o seu predileto, não me pergunte como isso é possível!

Escolha um número entre 1 à 9.

Multiplique por 3.

Some mais 3 ao resultado.

Multiplique por 3 novamente.

Agora some os dois dígitos do seu resultado.


O meu resultado foi "Forrest Gump" - Na mosca! E ai qual foi o seu?

Veja na lista abaixo:

1. E o Vento Levou
2. E.T.
3. Um Tira da Pesada
4. Star Wars
5. Forrest Gump
6. Harry Potter
7. Tubarão
8. O Silêncio dos Inocentes
9. Jeca e a Freira - Mazzaropi
10. Casablanca
11. Jurrassic Park
12. Shrek
13. Piratas do Caribe
14. Titanic
15. Toy Story
16. Clube da Luta
17. Transformers
18. O Senhor dos Anéis

Porque a letra “X” é usada para representar o desconhecido?


Em álgebra, a letra “x” é geralmente usada para representar uma quantidade desconhecida ou uma variável. Da mesma forma, a cultura ocidental usa o “x” além da matemática quando quer falar de algo sem denominação ou descrição, como raios-X, que confundiram seu descobridor, ou o seriado “Arquivos X”, de casos não solucionados envolvendo atividade paranormal.

O significado da letra “x” remonta à palavra árabe para “coisa”, ou šay’.

Em textos antigos, como o Al-Jabr, um manuscrito escrito em Bagdá em 820 d.C. que estabeleceu as regras da álgebra, variáveis matemáticas eram chamadas de coisas. Por exemplo, uma equação podia ser lida como “três coisas igual a 15″, a “coisa” sendo o número 5.

Mais tarde, quando o Al-Jabr foi traduzido para o antigo espanhol, a palavra šay’ foi escrita como “xei”. Você já deve imaginar o resto: não demorou para ela ser abreviada como “x”.


Fonte: HYPE SCIENCE

Qual é a massa de um quilograma?

Um quilograma hoje já não é a mesma coisa do que no passado. A medida de massa que usamos no nosso cotidiano está atrelada a um cilindro eqüilátero de platina e irídio com 39 mm de altura por 39 mm que está localizado nos arredores de Paris, França, no Escritório Internacional de Pesos e Medidas. Mas, recentemente, pesquisadores descobriram que com a constante perda e ganho de átomos, o artefato de platina e irídio já não tem mais o mesmo peso de um século atrás. Segundo os cálculos dos cientistas, a massa do atual modelo de quilograma já foi alterada em 50 microgramas. Com isso, um grande esforço científico internacional está sendo feito para o quilograma ser redefinido e para que se encontre um novo modelo que substitua o que hoje está na França.


Primeiramente, o quilograma era definido pela massa de um litro de água à 15ºC. O problema é que a massa da água muda conforme sua pureza e esse método foi descartado. Então passou-se ao cilindro de platina e irídio. Acreditava-se que eram materiais idéias, pois não se desgastariam – o que na verdade acabou acontecendo. 

Para chegar à nova definição, os cientistas adotaram um método: desenvolver um cristal tão puro que seja possível saber o número de átomos que o formam. Como a massa de um átomo é conhecida, o quilograma seria então descoberto. 


Tour pelo mundo. O cristal em que os cientistas agora trabalham para chegar a uma nova medida é feito de silício. Em São Petersburgo, na Rússia, no Central Design Bureau for Machine Building, os cientistas colocaram o silício em processo de centrifugação para purificá-lo. Assim, retiraram do objeto os isótopos silício 30 e silício 29, deixando com 99.994% de silício 28, muito próximo da pureza isotópica (retomando aquela aula de Química do colegial: isótopos são átomos com o mesmo número de prótons, mas diferentes números de nêutrons o que também resulta em massas diferentes. O silício encontrado na natureza é 92,2% do isótopo 28, 4,7% do isótopo 29 e 3,1% do isótopo 30). 


Saindo da Rússia, o objeto de puro silício 28 foi enviado para Berlim, Alemanha, ao Instituto de Crescimento de Cristais, onde foi mantido no vácuo e constantemente aquecido e derretido para que crescesse, isso sem que o objeto fosse tocado. Após seis meses, o resultado é um artefato que contém dez milhões de átomo de silício 28 para cada um que seja de outro tipo. Este processo terminou na segunda-feira, 23, e o resultado é uma barra de silício que pesa cinco quilogramas (na nossa medida atual). O novo modelo do quilo agora viaja para Austrália, onde o Centro Australiano de Precisão Óptica irá dividi-lo em duas esferas de um 1 kg cada – o restante do material será guardado para futuras experiências. 


Demora. O resultado final ainda irá levar alguns anos para ser colhido. Serão anos de medições para que sejam definidos as massas, o volume exato da esfera e análises minuciosas daqueles 0,006% de outros isótopos de silício que permanecem na barra – que agora vale dois milhões de euros.


 Helge Riemann, do Instituto de Crescimento de Cristais de Berlim, disse à revista Nature que ainda deve levar “de dois a três anos” para definir o novo quilograma. O resultado final deve estabelecer o quilo com uma precisão altíssima, como margem de erro de alguns centésimos de miligrama. 


Revista Galileu
Fernando Martines

Cientistas acham matemática dentro de animais

ASA DE BORBOLETA

A Qualcomm, uma empresa americana, estudou como a luz se reflete nas asas de borboletas. Com o que descobriu, inventou o Mirasol (uma tela para aparelhos eletrônicos, como celulares e notebooks), feito de espelhos móveis quase microscópicos, que ajustam o ângulo de reflexão conforme a imagem a mostrar ao usuário e conforme a luz ambiente. O resultado é uma tela nítida mesmo em condições adversas.



Fonte: Revista Cálculo

Números primos patenteados

"Devido a sua importância nos algoritmos de criptografia, os números primos têm hoje importância comercial. Em 1994, Roger Schlafly obteve nos EUA a patente nº 5.373.560 sobre dois números primos. A patente afirma serem números hexadecimal (em base 16), mas eu (Ian Stewart) os converti a decimais. São eles:



7.994.412.097.716.110.548.127.211.733.331.600.522.933.776.757.046.707.649.963.673.962.686.200.838.432.950.239.103.981.070.728.369.599.816.314.646.482.720.706.826.018.360.181.196.843.154.224.748.382.211.019

e

103.864.912.054.654.272.074.839.999.186.936.834.171.066.194.620.139.675.036.534.769.616.693.904.589.884.931.513.925.858.861.749.077.079.643.532.169.815.633.834.450.952.832.125.258.174.795.234.553.238.258.030.222.937.772.878.346.831.083.983.624.739.712.536.721.932.666.180.751.292.001.388.772.039.413.446.493.758.317.344.413.531.957.900.028.443.184.983.069.698.882.035.800.332.668.237.985.846.170.997.572.388.089


Ele fez isso para denunciar as deficiências do sistema de patentes dos EUA.
Legalmente, você não pode usar esses números sem a permissão de Schlafly."

Ian Stewart

Criptografia: o uso da matemática no envio de informações

A palavra criptografia tem origem grega: kryptós = escondido; gráphein = escrita. Trata-se de uma escrita codificada em que somente o emissor e o receptor da mensagem conseguem interpretá-la. A necessidade de se escrever mensagens sigilosas é muito antiga, ocorre há centenas de anos. Os antigos romanos já usavam a criptografia para enviar planos de batalhas sem o conhecimento inimigo, pois mesmo se a mensagem fosse interceptada, com a codificação existente, apenas os romanos conseguiriam compreendê-la. 

Atualmente a criptografia é bastante utilizada na internet. O grande envio de informações através da rede mundial de computadores exige segurança no que diz respeito ao sigilo dessas informações. Grande parte do avanço da criptografia se deve à matemática, que estuda e traça estratégias para tornar as codificações mais complexas e difíceis de serem interpretadas por pessoas que queiram possuir informações alheias para uso indevido (hackers). Os sistemas de segurança de bancos, lojas e sites utilizam a criptografia para manter sigilosas as informações de clientes e usuários. Nos filmes de ficção sempre há mensagens secretas enviadas por espiões e agentes, todas elas usando a criptografia.
 
A criptografia utilizada por grandes empresas, governos e bancos realiza cálculos complexos para obtenção de um modelo seguro e quase indecifrável. Mas você pode criar um modelo simples e trocar mensagens com seus amigos e colegas sem que outras pessoas consigam decifrá-las. 

Vejamos um exemplo simples para codificar uma mensagem:
Associe um símbolo para cada letra do alfabeto, como segue abaixo:
Nesse caso utilizamos números e letras, mas você poderá fazer da forma que achar melhor. Para cada letra do alfabeto estabelecemos um “código” (em vermelho na tabela). Somente você e seus amigos, com os quais trocará as mensagens, poderão saber qual é o código da criptografia.
 
Assim, imagine que desejamos codificar a seguinte mensagem: “O CACHORRO LATIU”.
A mensagem, utilizando a codificação acima, ficaria: 6 z9zt6ll6 q9j75.
Veja que a matemática está presente em praticamente tudo o que nos cerca e grande parte do desenvolvimento tecnológico se deve a essa bela ciência. Utilize essas ideias para aprofundar seus conhecimentos sobre a matemática, você acabará descobrindo um mundo de grandes curiosidades.

Decifre a mensagem a seguir: 9 p9j8p9j7z9 8 x94j9kj7z9
Por Marcelo Rigonatto
Matemático
Equipe Escola Kids

O número primo 73939133






O número primo 73939133 tem uma propriedade muito estranha. Se você remover os dígitos do final, os números obtidos também são primos. Observe:






73939133 é um número primo
7393913 é um número primo
739391 é um número primo
73939 é um número primo
7393 é um número primo
739 é um número primo
73 é um número primo
7 é um número primo

O traço do sete

De todos os números de nosso sistema, o sete é considerado um número sagrado pela maioria dos povos antigos.

Porém, não há nada de sagrado, nem segredos ou mistérios em torno da grafia do número 7. Para melhor entender as várias grafias do número 7, deve-se lembrar que nosso sistema é originário do sistema indo-arábico. Já viu antes um texto escrito em árabe ? A forma manuscrita, esquisita para os povos ocidentais, traz indícios de uma escrita rápida, como a escrita das taquigrafas atuais. Nos livros produzidos pelos sábios árabes de onde os ocidentais da Idade Média copiaram os algarismos que usamos até hoje, os algarismos eram manuscritos, e as "letras" dos escribas, hindus ou árabes, eram muito diferentes entre si, tal como são nossas assinaturas.

A forma dos algarismos só se estabilizou com a invenção da imprensa por Gutemberg no fim do séc. XV.

O traço do sete é um recurso utilizado nas escolas para que os alunos das séries iniciais, diferenciem sua forma, da escrita do número 1. O mesmo recurso é utilizado tem sido utilizado em atividades relacionadas à informática, para orientar os digitadores na diferenciação do "zero" em relação à letra "O". O zero é colocando-se um traço interno na diagonal.

Fonte: Matemática Hoje - Curiosidades

OS QUADRADOS MÁGICOS

"Os quadrados mágicos são arranjos de números em que as linhas, colunas e diagonais têm a mesma soma.A História conta que o primeiro desses quadrados surgiu na China há mais de 2 mil anos antes do nascimento de Cristo. Este quadrado, que reproduzimos abaixo, surgiu no casco de uma tartaruga divina. 
4      9      2
3      5      7
8      1      6

Surgiram quadrados mágicos no Japão, Índia, Oriente Médio. Há uma tradição mística relacionada a esses quadrados. Na Europa, Albrecht Dürer é um dos primeiros a apresentar em forma impressa um quadrado mágico. Na gravura Melancolia há um quadrado mágico de 16 números. O resultado da soma dos números nas quatro horizontais e nas quatro verticais e nas duas diagonais é 34. Nas duas casas centrais da última linha, Dürer utilizou os números que correspondem à data da obra: 1514."
O quadro mágico inscrito na gravura Melancolia, de Albrecht Dürer
(1471-1520).

Fonte: A HISTÓRIA DOS NÚMEROS - HÉLIO GORDON








A escrita matemática indiana

"Sabe-se que desde o século III a.C. eram utilizados na Índia símbolos gráficos para identificar os números. Isso porque foram encontradas inscrições em pedra desse período, já que os manuscritos eram feitos em folhas de palmeira e acabavam sendo destruídos pelo mofo ou pela umidade. Nessas inscrições ficava claro que adotavam nove símbolos independentes (de 1 a 9). Assim, por exemplo, o número 2 não era representado por duas barras (1 + 1) e nem o 3 por três barras (1 + 1 + 1), ou seja, nada que lembrasse o número1.
O desenho destes símbolos é a base sobre a qual surgirão nossos algarismos que por muito tempo foram chamados de arábicos de forma errônea. Cada um dos nove primeiros inteiros tinha um nome:

eka     dvi     tri     catur     pañca     sat     sapta     asta     nava
 1         2      3         4           5          6         7          8         9

Também foi dado um nome para cada potência de 10:

10                         dasa
100                       sata
1 000                    sahasra
10 000                   ayuta
100 000                 laksa
1 000 000              prayuta
10 000 000             koti
...                          ...

A leitura de um número era feita sempre da direita para a esquerda. Assim, por exemplo, o número 15.327.254 (quinze milhões, trezentos e vinte e sete mil e duzentos e cinquenta e quatro) era lido da seguinte maneira:

              4,    5 dasa,    2 sata,    7 sahasra,    2 ayuta,    3 laksa,    5 prayuta,     1 koti.

Por volta do século V de nossa era, conforme inscrições em pedras, pode-se concluir que os hindus haviam simplificado essa forma de apresentar os números, deixando simplesmente de lado os nomes indicadores da base e das diversas potências de 10. Com isso haviam descoberto a numeração de posição. Assim, o número 75 era expresso simplesmente por "cinco, sete". O 5, na posição da unidade correspondia ao 5 mesmo, e o 7, na posição da dezena, representava 70. Não havia mais necessidade de acrescentar a palavra dasa para indicar. dezena!"

Fonte: A HISTÓRIA DOS NÚMEROS. Autor: HÉLIO GORDON


O poder mágico dos números

"Os gregos não consideravam o 1, ou a unidade, um número. Diziam, simplesmente, que ele era o gerador dos outros números.

A respeito do 2 os gregos tinham dúvidas. Seria um número? Apesar disso, era considerado feminino, tal como todos os números pares, por representarem elementos do corpo da mulher, como os dois seios ou os dois ovários etc.

Para muitas culturas o número 3 simbolizava a perfeição. Os pitagóricos afirmavam que 3 era o primeiro número - ele tinha começo, meio e fim, personificando a harmonia e a totalidade. Como todos os números ímpares, era considerado masculino. No cristianismo Deus é concebido como uma trindade. O triângulo, representação geométrica do número 3, também está ligado à ideia de perfeição.

O número 4 representava o mundo terreno. Quatro são os pontos cardeais e quatro são os "elementos": terra, ar, fogo e água. O quadrado, representação geométrica do número 4, também simbolizava a perfeição e a continuidade, pois nunca está voltado para baixo e de qualquer lado que é visto é sempre o mesmo.

O número 5 era associado pelos pitagóricos ao casamento, por ser a soma do primeiro par, o número 2, e o primeiro ímpar, o número 3.

O número 6 era considerado um número perfeito porque Deus, segundo a Bíblia, criou o mundo em seis dias.

O número 7, o resultado da adição do número divino 3 e do número humano 4, era identificado com os sete planetas então conhecidos e, também, com os dias da semana.

O número 10 ou tetractyz rivalizava com o 3 em termos de perfeição e representava o número do universo.

Também o número 12 tem seus atributos por ser o produto entre o número divino e o número terreno 4. Doze são as horas do dia, os meses do ano e os signos do Zodíaco."

Fonte: A história do números - Hélio Gordon

Mágica com o calendário

Peça a uma pessoa que, em um mês qualquer do calendário, ela delimite um “quadrado” 3 por 3, contendo 9 dias quaisquer. Veja o exemplo de uma escolha no calendário abaixo para o mês abril de 2011.


Depois, peça que ela informe qual é a menor data do quadrado, e diga que com apenas essa data você irá descobrir a soma de todas as datas escolhidas. Para isso, você deve somar a menor data (no caso, 6) com 8 e multiplicar o resultado por 9.
Ou seja, (6 + 8) x 9 = 14 x 9 = 126
(ou seja, 6 + 7 + 8 + 13 + 14 + 15 + 20 + 21 + 22 = 126).


Entenda o dígito na carteira de identidade


Há três anos, perdi minha carteira de identidade (RG), o que me obrigou a pedir a emissão da segunda via ao Estado.

Quando recebi o novo documento, notei que havia sido acrescido um dígito ao final do número do meu antigo RG. Segundo o funcionário que me atendeu, os novos registros estão sendo emitidos com esse dígito (dígito de controle) e os antigos estão sendo atualizados.

Na ocasião, não obtive uma resposta satisfatória sobre o motivo da mudança. Assim, guardei a curiosidade por três anos. Somente dias atrás, ao ler um livro sobre teoria da informação, compreendi o que realmente está em jogo com o acréscimo do dígito de controle, fato que compartilho com o leitor devido ao seu interesse matemático.

Segundo estatísticas, 90% dos erros cometidos por aqueles que precisam digitar grandes quantidades de números extensos -por exemplo, vários números de RG- são de dois tipos: erros singulares (digita-se apenas um algarismo errado, como 7328 em vez de 7326) ou de transposição (troca-se a ordem de um par de algarismos, por exemplo, registra-se 9465 em vez de 9456).

Para identificarem erros de um desses dois tipos, os sistemas modernos de informação propõem o acréscimo de um dígito de controle capaz de identificar se o número digitado contém ou não algum erro. No caso do nosso RG, o cálculo do dígito de controle começa com a soma do produto do último algarismo por 9 com o produto do penúltimo por 8 e assim sucessivamente até o primeiro algarismo. Para descobrir o dígito de controle do seu RG, basta procurar um número entre 0 e 10 que, multiplicado por 100 e acrescido à soma feita inicialmente, dará resto 0 na divisão por 11. Por exemplo, um RG número 3.021.415 terá dígito de controle igual a 4 porque (5.9+1.8+4.7+1.6+2.5+0.4+3.3 +100.4) dividido por 11 resulta resto 0. Pode-se demonstrar matematicamente que qualquer número de RG que seja digitado incorretamente por um erro singular ou de transposição causará uma incompatibilidade com o dígito de controle não resultando resto zero na divisão por 11.

Agora é a sua vez: pegue o seu RG e confira se o dígito de controle foi calculado corretamente (se o RG indica dígito de controle X, interprete isso como 10). 

José Luiz Pastore Mello*
Especial para a Folha

Calcule a idade ideal para casar


Recentemente, um jornal brasileiro de grande circulação publicou reportagem sobre uma curiosa fórmula, descoberta por um estatístico britânico, para calcular a idade ideal para um casamento.

De acordo com a notícia, a fórmula envolveria as variáveis X, Y e M, sendo X a idade em que uma pessoa deseja parar de namorar para se casar, Y a idade em que ela começa a busca pelo par ideal, ou seja, a idade em que inicia a fase do namoro, e M a idade em que efetivamente a pessoa deve abandonar a procura para assumir um casamento.

Afirmava-se ainda que cada pessoa poderia escolher valores diferentes para X e Y, dependendo de quando ela começa e de quando espera terminar a busca pelo par ideal, deixando por conta da fórmula o cálculo de M. Em linguagem matemática, isso quer dizer que X e Y são as variáveis independentes e M, a dependente.

A fórmula impressa no jornal era: M=[(Y+1)/2,718].X-Y.

Não contive minha curiosidade e decidi fazer algumas simulações com ela. Imaginei o caso de um jovem que inicia a fase do namoro aos 18 anos (Y) e que só espera se casar aos 25 (X). Surpreendentemente, a idade ideal sugerida pela fórmula para abandonar o namoro e assumir o compromisso do matrimônio foi, aproximadamente, 156 anos de idade.

Como outras simulações também resultaram em números estranhos, busquei na internet "Dennis Lindley", o nome do autor da pesquisa, e descobri que o equívoco do jornal brasileiro foi transcrever erroneamente a linguagem matemática das operações entre as variáveis independentes descritas pelo estatístico.

Quando Dennis Lindley afirma, no artigo original, que devemos "tomar Y, somar o resultado com 1 dividido por 2,718, divisão que será multiplicada por X menos Y", a correta interpretação matemática da expressão seria M=Y+[(1/2,718).(X-Y)].

O leitor poderá verificar, com o uso da fórmula correta, que a simulação para Y=18 e X=25 apresenta um resultado perfeitamente aceitável, M20, o que quer dizer que a idade ideal para o casamento da pessoa analisada no exemplo seria aos 20 anos.

Mais uma curiosidade: o número 2,718 que aparece na fórmula é uma aproximação do número irracional utilizado como base dos logaritmos naturais, cuja notação é a letra e.

O que fica como dica de estudo? Praticar a simulação de cálculos buscando verificar a plausibilidade dos resultados sempre é um bom caminho para a identificação de erros em matemática. 

Por José Luiz Pastore Mello*
Especial para a Folha

Prova dos nove substitui calculadora


Antes das calculadoras se tornarem populares, os contabilistas valiam-se de um truque para verificar se suas contas estavam corretas: a conhecida prova dos noves ou do "noves fora". Vamos ilustrar o truque para verificar o resultado da adição de 575 e 978, cujo cálculo correto é 1.553.

Primeiro, somamos todos os algarismos de 575, obtendo 17. Depois, somamos os algarismos de 17, obtendo 8. Pode-se demonstrar que o número final obtido, o 8, é o resto da divisão de 575 por 9, daí a origem da frase "575 noves fora dá 8". Procedendo da mesma forma, o "noves fora" de 978 será igual a 6, ou seja, o resto da divisão de 978 por 9 é igual a 6.

Ocorre que, ao somarmos os números 575 e 978, o "noves fora" do resultado obtido sempre será igual ao "noves fora" da soma do "noves fora" de 575 com o "noves fora" de 978. Então, para verificar se a conta de adição feita está correta, basta encontrar o "noves fora" do resultado obtido e checar se ele é igual ao "noves fora" de 14 (14 é a soma de 8 com 6). Na prática, a verificação ocorre da seguinte forma: "575 noves fora dá 8", "978 noves fora dá 6", "14 noves fora dá 5". Então o resultado da soma entre 575 e 978 "noves fora" também terá que ser igual a 5. Verifique que, de fato, "1.553 noves fora dá 5".

Vale lembrar que, se o resultado de uma conta de adição estiver correto e a prova dos noves for feita corretamente, ela sempre irá confirmar a exatidão da resposta, contudo, se obtivermos um resultado errado na adição, existem casos em que a prova dos noves não detecta o erro. Vale lembrar ainda que a prova dos noves também funciona na verificação do produto de dois números.

Surpreenda agora seus amigos com um truque de adivinhação inspirado na intrigante prova dos noves. Peça que seu amigo: 1) agrupe o dia, o mês e o ano de nascimento, formando um único número (por exemplo, 2 de agosto de 1977 será o número 02081977); 2) embaralhe os oito algarismos formando um novo número e, entre o número obtido e o anterior, subtraia o menor do maior; 3) some todos os algarismos do número obtido; 4) some novamente os algarismos do número obtido. Seja qual for a data de aniversário do seu amigo, afirme que o número final encontrado por ele é o onipresente 9.

José Luiz Pastore Mello

Como encontrar um número feliz?


Escolha um número natural maior do que 1 e calcule a soma dos quadrados dos seus algarismos. Pegue o número encontrado e repita a operação, calculando a soma dos quadrados dos seus algarismos. Repetindo esse processo sucessivamente, quando a seqüência calculada termina em 1, dizemos que o número submetido ao processo é um número "feliz", caso contrário, ele é chamado de número "triste". Por exemplo, pode-se verificar que o número 4.599 é feliz fazendo as seguintes contas: 4²+5²+9²+9²=203; 2²+0²+3²=13; 1²+3²=10; 1²+0²=1.

Uma vez encontrado um número feliz, outros tantos também podem ser obtidos observando-se a seqüência usada no processo de verificação da "felicidade" do número. Por exemplo, no caso de 4.599, a seqüência de verificação nos garante que os números 10, 13 e 203 também são felizes.

Qualquer permutação dos algarismos de um número feliz irá gerar outro número feliz, como é o caso, por exemplo, de 9.549, obtido a partir de uma permutação dos algarismos de 4.599. Além disso, a introdução de zeros em um número feliz sempre conduz a um outro número feliz, como são os casos dos números 45.990, 459.900, 4.599.000 etc. Essa observação nos delega a certeza de que existem infinitos números felizes.

O leitor poderá verificar por conta própria que os números tristes não têm um ponto final fixo, viajando eternamente em torno do mesmo ciclo: 4, 16, 37, 58, 89, 145, 42, 20, voltando ao 4.

Encontrar novos números felizes é um bom exercício para o raciocínio, mas tem gente levando a sério demais o que não passa de uma brincadeira para os matemáticos. No início deste ano, um numerólogo afirmou em entrevista que, diferentemente de 2003, que foi feliz do ponto de vista numerológico, o período de 2004 a 2007 será extremamente desfavorável. Tudo nos leva a crer que a análise pessimista se fundamenta na definição de números felizes e tristes, já que, sob esse ponto de vista, 2003 e 2008 são números felizes, e, de 2004 a 2007, temos um intervalo de números tristes.

Utilizando a mesma subjetividade presente no jogo de palavras do numerólogo, proponho um desafio ao leitor. Adivinhe a idade de João a partir do seguinte diálogo com sua filha Ana: (Ana) "Pai, você não se acha muito quadrado?"; (João) "Querida filha, sou quadrado, mas sou feliz".

José Luiz Pastore Mello*
Especial para a Folha

Porcentagem


A utilização de porcentagem vem desde a época do Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.).
O imperador Augusto (27 a.C. a 14 d.C.) impunha uma taxa de 1/100 sobre negócios realizados em leilões.
O símbolo de porcentagem só apareceu muito mais tarde.
No século XV, os escribas italianos começaram a abreviar a expressão "por cento". Algumas das abreviações: P100; p cento e pc°.

Truque numérico


Multiplicar números de 2 algarismos em que os das unidades somam 10 e os das dezenas são iguais.


Exemplo: 81 x 89


1 - aumenta um dos algarismos da dezena de uma unidade e multiplica-o pelo outro: 9 ( 8 + 1 ) x 8 = 72


2 - multiplica os algarismos das unidades: 1 x 9 = 09 (quanto o produto dos algarismos das unidades tiver apenas um algarismo, é necessário colocar o zero à esquerda)


3 - Com dos dois resultados respectivamente, forme um número: 7209


4 - 81 x 89 = 7209


Outro exemplo:


72 x 78 = .... 8 x 7 = 56 ...... 2 x 8 = 16 ...... 5616