O traço do sete

De todos os números de nosso sistema, o sete é considerado um número sagrado pela maioria dos povos antigos.

Porém, não há nada de sagrado, nem segredos ou mistérios em torno da grafia do número 7. Para melhor entender as várias grafias do número 7, deve-se lembrar que nosso sistema é originário do sistema indo-arábico. Já viu antes um texto escrito em árabe ? A forma manuscrita, esquisita para os povos ocidentais, traz indícios de uma escrita rápida, como a escrita das taquigrafas atuais. Nos livros produzidos pelos sábios árabes de onde os ocidentais da Idade Média copiaram os algarismos que usamos até hoje, os algarismos eram manuscritos, e as "letras" dos escribas, hindus ou árabes, eram muito diferentes entre si, tal como são nossas assinaturas.

A forma dos algarismos só se estabilizou com a invenção da imprensa por Gutemberg no fim do séc. XV.

O traço do sete é um recurso utilizado nas escolas para que os alunos das séries iniciais, diferenciem sua forma, da escrita do número 1. O mesmo recurso é utilizado tem sido utilizado em atividades relacionadas à informática, para orientar os digitadores na diferenciação do "zero" em relação à letra "O". O zero é colocando-se um traço interno na diagonal.

Fonte: Matemática Hoje - Curiosidades

OS QUADRADOS MÁGICOS

"Os quadrados mágicos são arranjos de números em que as linhas, colunas e diagonais têm a mesma soma.A História conta que o primeiro desses quadrados surgiu na China há mais de 2 mil anos antes do nascimento de Cristo. Este quadrado, que reproduzimos abaixo, surgiu no casco de uma tartaruga divina. 
4      9      2
3      5      7
8      1      6

Surgiram quadrados mágicos no Japão, Índia, Oriente Médio. Há uma tradição mística relacionada a esses quadrados. Na Europa, Albrecht Dürer é um dos primeiros a apresentar em forma impressa um quadrado mágico. Na gravura Melancolia há um quadrado mágico de 16 números. O resultado da soma dos números nas quatro horizontais e nas quatro verticais e nas duas diagonais é 34. Nas duas casas centrais da última linha, Dürer utilizou os números que correspondem à data da obra: 1514."
O quadro mágico inscrito na gravura Melancolia, de Albrecht Dürer
(1471-1520).

Fonte: A HISTÓRIA DOS NÚMEROS - HÉLIO GORDON








A escrita matemática indiana

"Sabe-se que desde o século III a.C. eram utilizados na Índia símbolos gráficos para identificar os números. Isso porque foram encontradas inscrições em pedra desse período, já que os manuscritos eram feitos em folhas de palmeira e acabavam sendo destruídos pelo mofo ou pela umidade. Nessas inscrições ficava claro que adotavam nove símbolos independentes (de 1 a 9). Assim, por exemplo, o número 2 não era representado por duas barras (1 + 1) e nem o 3 por três barras (1 + 1 + 1), ou seja, nada que lembrasse o número1.
O desenho destes símbolos é a base sobre a qual surgirão nossos algarismos que por muito tempo foram chamados de arábicos de forma errônea. Cada um dos nove primeiros inteiros tinha um nome:

eka     dvi     tri     catur     pañca     sat     sapta     asta     nava
 1         2      3         4           5          6         7          8         9

Também foi dado um nome para cada potência de 10:

10                         dasa
100                       sata
1 000                    sahasra
10 000                   ayuta
100 000                 laksa
1 000 000              prayuta
10 000 000             koti
...                          ...

A leitura de um número era feita sempre da direita para a esquerda. Assim, por exemplo, o número 15.327.254 (quinze milhões, trezentos e vinte e sete mil e duzentos e cinquenta e quatro) era lido da seguinte maneira:

              4,    5 dasa,    2 sata,    7 sahasra,    2 ayuta,    3 laksa,    5 prayuta,     1 koti.

Por volta do século V de nossa era, conforme inscrições em pedras, pode-se concluir que os hindus haviam simplificado essa forma de apresentar os números, deixando simplesmente de lado os nomes indicadores da base e das diversas potências de 10. Com isso haviam descoberto a numeração de posição. Assim, o número 75 era expresso simplesmente por "cinco, sete". O 5, na posição da unidade correspondia ao 5 mesmo, e o 7, na posição da dezena, representava 70. Não havia mais necessidade de acrescentar a palavra dasa para indicar. dezena!"

Fonte: A HISTÓRIA DOS NÚMEROS. Autor: HÉLIO GORDON


O poder mágico dos números

"Os gregos não consideravam o 1, ou a unidade, um número. Diziam, simplesmente, que ele era o gerador dos outros números.

A respeito do 2 os gregos tinham dúvidas. Seria um número? Apesar disso, era considerado feminino, tal como todos os números pares, por representarem elementos do corpo da mulher, como os dois seios ou os dois ovários etc.

Para muitas culturas o número 3 simbolizava a perfeição. Os pitagóricos afirmavam que 3 era o primeiro número - ele tinha começo, meio e fim, personificando a harmonia e a totalidade. Como todos os números ímpares, era considerado masculino. No cristianismo Deus é concebido como uma trindade. O triângulo, representação geométrica do número 3, também está ligado à ideia de perfeição.

O número 4 representava o mundo terreno. Quatro são os pontos cardeais e quatro são os "elementos": terra, ar, fogo e água. O quadrado, representação geométrica do número 4, também simbolizava a perfeição e a continuidade, pois nunca está voltado para baixo e de qualquer lado que é visto é sempre o mesmo.

O número 5 era associado pelos pitagóricos ao casamento, por ser a soma do primeiro par, o número 2, e o primeiro ímpar, o número 3.

O número 6 era considerado um número perfeito porque Deus, segundo a Bíblia, criou o mundo em seis dias.

O número 7, o resultado da adição do número divino 3 e do número humano 4, era identificado com os sete planetas então conhecidos e, também, com os dias da semana.

O número 10 ou tetractyz rivalizava com o 3 em termos de perfeição e representava o número do universo.

Também o número 12 tem seus atributos por ser o produto entre o número divino e o número terreno 4. Doze são as horas do dia, os meses do ano e os signos do Zodíaco."

Fonte: A história do números - Hélio Gordon